quinta-feira, 31 de março de 2011

Jesus Cristo e a Arqueologia

Seguindo um ponto tradicional, o objeto de estudo da arqueologia seria apenas o estudo das "coisas", particularmente os objetos criados pelo trabalho humano (os "artefatos"), que constituiriam os "fatos" arqueológicos reconstituíveis pelo trabalho de escavação e restauração por parte do arqueólogo. Essa concepção encontra-se muito difundida entre aqueles que consideram ser a tarefa do arqueólogo simplesmente fazer buracos no solo e recuperar objetos antigos. Na verdade, a palavra arqueologia deriva do grego e significa "conhecimento dos primórdios" ou "relato das coisas antigas". Tive inclusive em Janeiro de 2011 o privilégio de participar de uma escavação arqueólogica em Israel e digo com toda a certeza que arqueologia não é Indiana-Jones. A arqueologia tem, nos últimos anos, alargado seu campo de ação para o estudo da cultura material de qualquer época, passada ou presente. A arqueologia industrial, por exemplo, estuda construções e objetos ligados à indústria, no passado e no presente. A arqueologia histórica constitui outro exemplo do estudo do passado recente e do próprio presente, pela arqueologia contemporânea. Mas existe uma outra parte da arqueologia divulgada muito mais nas últimas décadas pela quantidade de achados que estão ajudando a sua teoria a ser comprovada:A arqueologia bíblica.A arqueologia bíblica estuda restos materiais relacionados direta ou indiretamente com os relatos bíblicos e com a história das religiõesjudaico-cristãs. E é sobre a sua relação com a veracidade histórica de Cristo que iremos falar hoje neste artigo.

Jesus existiu?

"Flávio Josefo (37-100 d.C), um historiador judeu que se aliou aos romanos, escreveu um clássico tratado sobre a história dos judeus, desde os primórdios até o primeiro século d.C., período em que ele mesmo vivera. Ele menciona nominalmente Jesus em pelo menos 3 ocasiões, embora a última seja reconhecidamente uma interpolação tardia e, portanto, não merece ser avaliada.
Mas, numa designação muito clara do ministério de Jesus, ele escreveu:

'Por esse tempo, surgiu Jesus, homem sábio (se é que na realidade se pode chamar de homem). Pois era obrador de feitos extraordinários e mestre dos homens que aceitam alegremente coisas estranhas. Ele arrastou após si muitos judeus e muitos gregos. Era considerado o Messias. Embora Pilatos, por acusações de nossos chefes, O condenasse à cruz, aqueles que O tinham amado desde o princípio não cessaram de proclamar que, passado o terceiro dia, Ele apareceu-lhes novamente vivo. Os profetas de Deus tinham respeito por Ele. Ademais, até o presente, a estirpe dos cristãos, assim chamada por referência a Ele, não cessou de existir.' "

Nesse texto podemos ver claramente a visão de Josefo sobre o mestre e seus milagres. Ele não era seu seguidor e portanto não teria porque repetir o testemunho de seus feitos. Josefo, provavelmente não teria visto pessoalmente nenhum dos milagres (ele nasceu depois de sua morte), mas conheçeu testemunhas pessoais dos fantásticos acontecimentos relacionados ao ministério dEle.

Mas, será que existe algum relato romano sobre cristo?
O historiador Tácito que, por volta do ano 115 mencionou o incêndio de Roma de 64 d.C. e mencionou a perseguição de Nero aos cristãos e o nome de Cristo que, segundo ele, não era um título mas um nome.

Os essênios e o Cristianismo

Seguindo o entusiasmo inicial provocado pela descoberta dos rolos do Mar Morto e a publicação das obras principais dos essênios, vários estudiosos procuraram estabelecer paralelos entre as idéias religiosas e as práticas dos essênios e a igreja cristã primitiva.
Mas se há alguma semelhança entre os ensinos de cristo e a seita, é porque ambos remontam à mesma fonte: o velho testamento.
Não há nenhuma evidência de contato entre Jesus e a comunidade de Qumram, por outro lado, João Batista, durante sua longa permanência no deserto poderia ter algum contato com os essênios. Isto não quer dizer que João aprendeu algo com os essênios.
Os Essênios não eram os únicos a advogar uma vida de ceticismo ou a praticar o batismo. Se João partilhava com os essênios a expectativa do Messias, a qual se considerava o precursor, havia inúmeros outros israelitas que acariciavam a mesma esperança. Convém mostrar que em contraste com os essênios que viviam no deserto, João dirigia sua palavra a todos e não apenas a uma elite espiritual. Além disso, o batismo realizado por João era feito uma só vez e não várias vezes como os essênios faziam.

Baixo império-romano: o início da perseguição

Jesus pregou suas idéias durante o governo de Otávio Augusto (27 a.C. - 14 a.C). Após a morte de Jesus, as idéias cristãs se propagaram por todo o império, conquistando um considerável número de adeptos.
Mas porque a propagação do cristianismo tornou-se um problema para Roma?
As idéias defendidas por Cristo eram completamente opostas a religiao romana, inclusive colocando em dúvida o caráter divino do imperador. O cristianismo foi abraçado pela maioria da população, especialmente por escravos , que se identificaram com o princípio de igualdade entre os homens diante de um único Deus.

ICHTUS?

Se você pensa que a cruz de cristo é o símbolo cristão mais antigo, está errado. Na verdade a cruz nem símbolo cristão é.
A cruz, era um dos métodos mais cruéis e brutais de morte criado pelos romanos, o que não se adapta muito a uma religião que prega o amor de uns aos outros, não acha?
O peixe, o verdadeiro símbolo cristão. Os cristão primitivos usavam o desenho de um peixe como código de identificação. A palavra ICHTUS, "peixe" em grego, servia para traduzir a expressão Jesus (Iesous) Cristo (CHristos) Filho de Deus (THeou Uios) Salvador (Sôter). Preste atenção nas iniciais em negrito.

A Destruição de Jesrusalém

Lucas 21:6 Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não se deixará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.

No ano de 66 d.C. a revolta judaica começou inicialmente devido a tensões religiosas entre gregos e judeus com protestos anti-taxações e ataques a cidadãos romanos. Terminou quando as legiões romanas sob o comando de Tito sitiaram e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém e derrotaram as restantes forças judaicas.
Segundo Josefo, os romano ficaram horrorizados ao verem que com o cerco "mães se alimentavam da carne de seus próprios filhos para poderem sobreviver". As pessoas pensaram que se refugiando no templo estariam a salvo já que a ordem de Tito era de não o destruir. Mas um soldado no quente da batalha atirou uma flecha flamejante no templo e assim segundo Josefo, o sangue escorria pelas paredes como água. O templo era feito de ouro e os soldados no dia seguinte tentaram tirar o ouro de dentro das pedras e assim a profecia acaba se cumprindo. Outra vez, as muralhas e o templo de Jeová (que o rei Herodes ampliara e embelezara, tornando-o portentoso) foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas.

Conclusão

Por mais que arqueologia possa provar a veracidade do Jesus histórico, nada vai mudar em sua vida se você não tiver fé e acreditar que sua vida pode ter um rumo diferente. "Ele há de voltar assim como prometeu e mesmo que a arqueologia não possa 'provar' isso, podemos verificar nos rastros do passado as evidências e os passos de um Deus que se aproxima. Vislumbrar Sua face entre as nuvens e anjos no céu será, sem dúvida, o maior de todos os achados!"

Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante, se interessa por arqueologia desde os seus quatro anos. Participou de um sítio arqueológico em Israel e visitou muitos em Egito e na Jordânia.

Fontes:
Escavando a Verdade - Rodrigo Silva
O Significado Bíblico da História - S. J. Schwantes
A nossa Bíblia e os Manuscritos do Mar Morto - Renato E. Orberg
Dicionário da Bíblia de Almeida - SCB
E Bíblia tinha Razão - Werner Keller
Arqueologia - Pedro Paulo Funari
História - Márcia Hipólide
Arqueologia - S. J. Schwantes´


na enternete..manuscritos da Bíblia mais antiga hoje conservada


“Codex Sinaiticus” pode ser admirado na internet

Uma das Bíblias mais antigas hoje conservadas


O Codex é uma Bíblia manuscrita, confeccionada entre os anos 330 e 350. É um dos manuscritos de maior valor para a crítica textual do Novo Testamento em sua versão grega e já pode ser admirado e lido na internet, no endereçohttp://www.codexsinaiticus.org.


Mede 33,5 centímetros de largura por 37,5 centímetros de altura. Seus fragmentos se encontram divididos em várias bibliotecas do mundo. O processo de reunificação, que aconteceu graças à tecnologia digital, custou mais de um milhão de euros e demandou 4 anos de trabalho.


Durante vários séculos o “Codex Sinaiticus” permaneceu no Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai. No século XIX o manuscrito se dividiu e hoje os textos do Antigo e Novo Testamento se encontram repartidos entre esse Mosteiro, a Biblioteca Britânica (neste lugar se encontra a maior parte; 347 páginas das 400 totais), a Biblioteca da Universidade de Leipzig na Alemanha, e a Biblioteca Nacional da Rússia em São Petersburgo.


Foi o teólogo alemão Constantin Von Tischendorf, quem em 1844 levou partes do texto para Alemanha e Rússia. Os monges autorizaram ao teólogo a levar 43 páginas de pergaminho para Leipzig. Em 1859, Von Tischendorf regressou ao Sinai, descobriu mais partes do manuscrito e convenceu novamente os monges de que o melhor era levá-las também para Leipzig e doá-las ao czar da Rússia, com cujo apoio havia feito essa segunda viagem.


Parte do manuscrito foi logo parar na União Soviética, que em 1933 vendeu parte desses pergaminhos ao Museu Britânico de Londres, enquanto que os restantes ficaram em São Petersburgo.


Os monges ortodoxos gregos pensavam que haviam perdido o manuscrito, mas em 1975 descobriram uma dúzia de suas páginas em um quarto esquecido, enterradas após um derrubamento. Os monges conservam uma cópia da nota deixada por Tischendorf prometendo devolver o manuscrito. A edição digital do manuscrito foi elaborada conjuntamente pela Biblioteca Britânica, a Biblioteca Universitária de Leipzig e a Biblioteca Nacional da Rússia, em São Petersburgo.


Mais informações: http://www.codexsinaiticus.org
VER MANUSCRITO

Escavando a verdade




Há uma história feita de pessoas e fatos que marcaram lugar no mundo. Há outras histórias contadas apenas em livros ou no relato do povo. Qual delas é real e qual é inventada? Poderia a ficção ser distinta da realidade ao se narrar a saga de como chegamos a ser o que somos? Sem as marcas do passado, em esculturas, lápides, artefatos e fragmentos desenterrados, ficção e realidade seriam fios inseparáveis do mesmo tecido. Embora os achados arqueológicos sejam pequenas peças no quebra-cabeça dos mistérios da antiguidade, eles trouxeram à tona fatos há séculos soterrados.
Mas até que ponto as conclusões baseadas em pedaços de cerâmica ou tabletes de argila com uma escrita remota podem redefinir o que conhecemos do mundo? Israel Finkelstein e Neils Asher Silberman, especialistas em Arqueologia, respondem. Eles acreditam que é possível derrubar deuses do Olimpo e implodir dogmas da fé. Recentemente, esses estudiosos tiveram seu livro lançado no Brasil, com o título E a Bíblia Não Tinha Razão. A pergunta que se segue é: esses autores têm razão? A narrativa bíblica seria tão quimérica quanto qualquer obra de ficção? Como diferenciar ciência arqueológica da arqueologia rocambolesca, ao estilo Indiana Jones? Vamos às evidências.
Criação e dilúvio –
Diz a Bíblia que no princípio Deus criou os céus e a Terra. Depois, o dilúvio quase acabou com tudo, restando Noé, sua família e seus animais, protegidos da catástrofe em uma arca de madeira. Por vários anos, acreditou-se que as histórias da criação e do dilúvio universal eram lendas apenas dos judeus. Porém, escavações nas ruínas de Nínive, antiga capital do Império Assírio, apresentaram ao mundo os documentos da biblioteca real de Assurbanipal II, que viveu no sétimo século a.C. Duas epopéias importantes na literatura do Antigo Oriente Médio foram encontradas em seus registros. São elas:Enuma Elish, um relato sobre a criação, e Gilgamesh, uma versão do dilúvio.
A semelhança desses relatos com a versão bíblica é impressionante. Em ambos os relatos os personagens principais são avisados por uma divindade que uma grande destruição estava prestes a vir e que um barco deveria ser construído para sua proteção. Esse fato revela que os judeus não inventaram tais histórias. Embora os tabletes da biblioteca real sejam do sétimo século a.C., o texto é muito antigo. Alguns sugerem que os escritores hebreus simplesmente copiaram estas histórias e as batizaram com uma roupagem monoteísta. Todavia, a presença de narrativas semelhantes a estas em culturas tão diversas ao redor do mundo, como China, Índia e México nos sugerem que o mesmo evento foi a fonte para tais relatos. Como haveria surgido relatos tão semelhantes em lugares e culturas tão diferentes? É no mínimo intrigante.
Período Patriarcal

Qual seria sua reação se fosse encontrado um jornal da época de Juscelino Kubitschek afirmando que a moeda corrente na época era o real? É lógico que isso não seria levado a sério. E o que dizer das informações bíblicas sobre os pais da religião israelita como Abraão, Isaque e Jacó?
Diversos códigos legais foram encontrados em importantes cidades da Mesopotâmia, como Nuzi, Eshnuna, Mari e também em Babilônia, atual território do Iraque. Essas leis descobertas revelaram que os costumes mesopotâmicos no terceiro milênio a.C. são semelhantes àqueles encontrados nas histórias dos patriarcas da Bíblia. O Gênesis relata a intenção de Abraão adotar seu servo como herdeiro. Depois conta que ele teve relações sexuais com uma serva, indicada pela própria mulher, por ela ser estéril. As duas práticas correspondem exatamente às leis da época.
Além disso, nomes como Serug, Terá, Abraão e Isaque são comuns no terceiro e segundo milênios a.C. Curiosamente, eles desaparecem depois dessa época.
Êxodo
A miraculosa história da libertação dos israelitas do Egito também é considerada uma peça literária, criada por judeus levados cativos para Babilônia, por volta do ano 600 a.C. De fato, nenhum arqueólogo encontrou qualquer documento egípcio que mencione o nome de Moisés ou a travessia do Mar Vermelho. Mas a ausência de um registro egípcio sobre o êxodo não é de se estranhar, principalmente em relação a uma derrota tão humilhante. Os egípcios não seriam os primeiros nem os últimos a suprimir passagens autodepreciativas da história.
Ainda assim, há evidências arqueológicas que devem ser consideradas. O papiro de Ipwer, datado de aproximadamente 1400 a.C., menciona diversas tragédias no país dos faraós, inclusive o Nilo transformando-se em sangue, conforme conta o Êxodo. Outra evidência é a estela do faraó Merneptah, uma pedra polida do tamanho aproximado de uma porta que traz a inscrição mais antiga com o nome Israel. Ali, os hebreus são definidos como um povo nômade e inimigo do Egito, por volta de 1220 a.C.
Deve-se lembrar também que o pano de fundo da narrativa bíblica do êxodo é egípcio. Há uma infinidade de nomes egípcios nesta parte do Antigo Testamento. Diversas palavras hebraicas usadas pelo autor têm sua origem em termos do antigo egípcio. Sendo que o apogeu da língua egípcia na região ocorreu em meados dos anos 1500-1100 a.C., e não em 600 a.C., parece mais razoável aceitar que esta história deve ter sido escrita por volta de 1400 a.C., e não inventada no cativeiro babilônico quase mil anos depois, em um ambiente caldeu.
Monarquia
A existência de um império israelita, como descrito pela Bíblia, é mais uma fonte de dúvida para estudiosos. Mesmo porque, segundo alguns, a população da Palestina no décimo século a.C. não era muito significativa. Um dos proponentes desta visão é Philip Davies, acadêmico da Universidade de Sheffield. Para ele, Davi não é mais histórico que o rei Artur e os cavalheiros da Távola Redonda!
A lacuna das evidências, porém, começou a ser preenchida, em 1994. Nesse ano, o arqueólogo Avraham Biran encontrou em Tel Dan, norte de Israel, um fragmento de uma inscrição comemorativa, com a expressão hebraica bytdwd. A expressão significa literalmente “casa de Davi”. Pela primeira vez, o nome Davi foi encontrado num documento fora da Bíblia.
Os nomes de vários reis do período da monarquia dividida de Israel também foram desenterrados pelos arqueólogos em documentos das nações vizinhas. O “obelisco negro de Salmanazar III”, por exemplo, menciona o nome do rei Jeú, que governou Israel durante 28 anos. Já o Prisma de Taylor, descoberto em 1830, cita o nome de Ezequias (Khazakiau), rei de Judá, e o nome da capital do reino, Jerusalém (Ursaliimu).
Exílio Babilônico
Babilônia, Nabucodonosor e Belsazar eram também considerados elementos do universo da ficção, sendo reabilitados ao mundo real por achados arqueológicos. Em meados de 1899, o alemão Robert Koldewey escavou as ruínas de Babilônia. Com a descoberta das ruínas desta grande cidade, uma infinidade de textos cuneiformes foram encontrados e traduzidos. Nestes tabletes são mencionados os nomes Nabukudurriusur (Nabucodonosor) eBelsharusur (Belsazar).
Novo Testamento
Da mesma forma que muitas histórias do Antigo Testamento contêm evidências palpáveis de sua autenticidade, os relatos do Novo Testamento têm demonstrações fora da Bíblia de que suas histórias correspondem aos fatos.
Até a década de 1950, o que se conhecia sobre Nazaré era o que os evangelhos diziam. A informação parecia no mínimo duvidosa. Nenhuma outra literatura mencionou uma cidade com esse nome até o sexto século d.C. Conclusão: os escritores cometeram um erro crasso. Poucos anos depois, em 1955, o arqueólogo italiano Berlamino Bagatti encontrou as ruínas da antiga Nazaré, que no primeiro século da era cristã não tinha mais de 700 habitantes. O mesmo pode se dizer de Cafarnaum e outras cidades mencionadas nos quatro evangelhos.
A historicidade de diversos nomes mencionados no texto dos evangelhos também foi confirmada através de fontes arqueológicas. Pilatos, Caifás, João Batista e Herodes são apenas alguns exemplos. Recentemente, a tumba deste último personagem, o rei Herodes, foi encontrada pelo arqueólogo Ehud Netzer, em Jerusalém.
Muitas práticas descritas nos evangelhos são mais uma vez confirmadas hoje. O censo romano, os valores monetários e aquilo que os romanos chamavam de crurifragium, o ato de se quebrar as pernas do crucificado para apressar sua morte, são alguns exemplos destas confirmações.
Caminhos que se cruzam
Na realidade, a crença cristã é anterior aos achados arqueológicos e não depende deles para existir. Por outro lado, a ciência arqueológica é independente da revelação e trabalha dentro de seus próprios métodos. Mas em vez desses dois caminhos se oporem, vimos que muitas vezes eles se cruzam e o peso das evidências se une à realidade da revelação.
Pensando nisso, os cristãos não pretendem ter provas para todas as dúvidas da Bíblia, mas também sabem que sua fé não é uma ficção irracional. Há dúvidas, mas também evidências. Michael Hasel, arqueólogo americano, disse certa ocasião: “Somente uma fração da evidência sobrevive debaixo da terra. Somente uma fração dos possíveis sítios arqueológicos tem sido localizada. Somente uma fração dos sítios localizados tem sido escavados. Somente uma fração destes sítios escavados tem sido estudada na íntegra. Somente uma fração do que tem sido escavado tem sido detalhadamente examinada e publicada. E somente uma fração do que tem sido examinado e publicado faz uma direta contribuição ao estudo da Bíblia”. Mais de uma vez, quando esses fragmentos foram achados e estudados, chegou-se à conclusão de que a Bíblia estava com a razão.

As Provas do Êxodo

Quanto mais são feitas pesquisas sobre os relatos bíblicos, mais provas vão surgindo que revelam a veracidade deste livro maravilhoso.

Não existe livro tão perfeito como a Bíblia. Simplesmente não é possível invalidar suas palavras.
Isso ocorre porque os seus escritores inspirados por Deus se preocuparam em escrever apenas o que lhes era mandado.
Não há na Bíblia manipulação em palavras. Os escritores não estão preocupados em emocionar, ou transmitir uma atmosfera. Pelo contrario, muitos deles simplesmente se prendiam em apenas documentar de forma inexpressiva os fatos que ocorriam em suas épocas.
Agora que já vimos que os fatos referentes a abertura do Mar Vermelho não são apenas uma fábula como afirmam muitos eruditos do nosso tempo, e acreditamos já ter provado na matéria anterior com uma grande quantidade de provas históricas de que os personagens bíblicos envolvidos não são somente obras de uma ficção, e que os fósseis humanos encontrados no Mar Vermelho podem ser a prova da famosa abertura do Mar por Moisés. Gostaríamos de apresentar também mais provas referentes aos acontecimentos bíblicos que ocorreram depois da passagem do Mar Vermelho.
Após Deus ter arrancado com mão forte o seu povo da escravidão no Egito, e ter afligido aquela terra com pragas e sinais incríveis nunca antes vistos, o povo de Israel começou a sua caminhada a terra prometida, terra que Deus havia prometido a Abraão. Essa caminhada durou quarenta anos e o povo viveu momentos marcantes em sua historia.
Durante os anos no deserto Deus preparou Israel para ser seu povo. Batalhas aconteceram onde a fé de muitos era provada. Traidores se revelaram e muitos desafios tiveram que ser vencidos.
No entanto começava ali o nascimento de uma tradição que se perpetua até hoje. Tradições como:
Os dez mandamentos e a Lei de Deus.
O Tabernáculo, modelo de local de adoração dado por Deus.
A arca da Aliança, símbolo do antigo pacto entre Deus e os homens.
Leis de Sacrifícios de animais foram estabelecidas com mais firmeza para aplacar a ira de Deus pelo pecado do seu povo.
Mas seriam estas coisas realmente verdade?
Teriam realmente ocorrido tais eventos?
Muitos estudiosos afirmam também serem estes acontecimentos apenas um reflexo moral e não acontecimentos realmente verdadeiros. Afirmam serem apenas uma simbologia que nunca teria acontecido realmente.
No entanto os registros históricos e arqueológicos não apóiam estas teorias.
Gostaríamos de documentar agora provas arqueológicas de que não só a travessia do Mar foi uma historia real, mais também o que aconteceu depois disso.
Depois que Moisés fez os Israelitas partirem do Mar Vermelho e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água (Êxodo 15.22). Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas (Êxodo 15.22).
Bem proximo do Mar Vermelho arqueologos encontraram fontes antigas que continham aguas muito amargas que não podiam ser bebidas. Isto comprovaria que as narrativas depois da travessia do Mar também podem ser perfeitamente reais.
Em 1988 o explorador Bob Cornuke e seu amigo Larry Williams encontraram uma fonte de águas amargas próximo ao Mar Vermelho. As fotos abaixo mostram o local.
Nos montes deste local arqueólogos Sauditas escavaram cavernas como a da foto abaixo. Informaram ao explorador Bob Cornuke que encontraram escrituras sobre a passagem de Moisés pelo local bem como as tumbas de Jetro e Zípora. Porém esta informação não foi confirmada.
Os textos bíblicos também declaram que em um dado momento no deserto quando o povo estava próximo ao monte Horebe, o povo murmurou a Moises por que tinha sede e Moisés pegando seu cajado feriu um rocha e ela verteu água, e ali se formou uma fonte.
Foi encontrada por arqueologos uma rocha exatamente nestas proximidades onde pode-se comprovar que durante muitos anos uma fonte brotou dela, pois haviam claros sinais de erosão por água e um pequeno vale formado por escoamente de aguas.
A rocha em Horebe (Massá e Meribá), em Refidim, e uma vista da fenda por onde saía a água (Êxodo 17.6). Nota-se a erosão e o alisamento provocados pela nascente. Sua localização é próxima ao Monte Sinai (Êxodo 3.1), a menos de 24h a pé (Êxodo 19.1-2).
Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas... (Êxodo 17.6)
Neste mesmo local ocorreu a guerra contra os Amalequitas. Após a vitória Moisés construiu um altar em agradecimento ao Senhor e chamou o lugar de "Jeová-Níssi" (O Senhor é Minha Bandeira).
Curiosamente como de costume se pode comprovar este fato pois arqueólogos encontraram um altar de pedras neste lugar. Provável local onde Jetro ofereceu holocausto e sacrifício (Êxodo 18.12).
Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim. (Êxodo 17.8)
Em Êxodo 3.12 confirma que o Monte Sinai localiza-se fora do Egito e que Moisés esteve no local quando apascentava as ovelhas de Jetro, seu sogro e sacerdote de Midiã, região noroeste da Arábia (Êxodo 3.1). Portanto o Monte Sinai não poderia ser tão distante do local onde Moisés vivia, como vem sendo informado durante séculos.
Depois de realizadas buscas nas áreas da rota do Êxodo a partir de 1761, foi então encontrado na Arábia Saudita o que se chama hoje de o verdadeiro Monte Sinai. Neste lugar bastante amplo existem evidências mostradas nos livros de Moisés como pode-se ver nas fotos abaixo tiradas em 1984. Em Gálatas 4.25 confirma que o Monte Sinai fica na Arábia! Em árabe a região montanhosa se chama "Jebel El Lawz" e os árabes beduínos da região a chamam de "Jebel Musa" (Montanha de Moisés).
O pico do monte está "queimado" (carbonizado) conforme descrito em Êxodo 19.18-20, 24.17 e Deuteronômio 4.11. Exploradores quebraram algumas rochas e comprovaram que são de granito e escuras apenas por fora! É o local mais alto da região (mais de 60 metros de altura). Fica ao centro e na parte traseira da montanha.
 
A foto de satélite abaixo mostra a diferença geográfica entre o tradicional Monte Sinai em AZUL (na península do Sinai), e o encontrado com evidências em AMARELO (na Arábia Saudita). Em VERDE a praia onde acamparam os hebreus e a travessia do Mar Vermelho (no Golfo de Ácaba). Como mencionamos antes este monte possui todas as evidências necessárias para ser o local descrito na Bíblia devido as descobertas arqueológicas no local.
Mas o que podemos encontrar de mais espantoso nesta região no que diz respeito aos relatos bíblicos nesta parte deste sitio arqueológico, hoje reconhecido pelos árabes como patrimônio da humanidade, listaremos a baixo:
Altar do Bezerro de Ouro feito por Arão (Êxodo 32.5,19). Situado ao pé de um monte a cerca de 1500m de Horebe. Reconhecido pelas autoridades Árabes como tesouro arqueológico protegido hoje por guardes e cercado por uma proteção.
Muitos desenhos (petróglífos) de vacas e touros no estilo egípcio foram encontrados no altar. Os árabes ficaram admirados com a descoberta pelo fato deste estilo não ter sido achado em qualquer outro lugar na Arábia Saudita. Os Israelitas da época eram totalmente aprofundados na cultura egípcia, podendo perfeitamente desenhar como de costume no Egito, Aqui estão alguns deles:
 
Também pôde ser encontrado restos de 12 colunas e um altar (Êxodo 24.4). Que foram recolhidas partes das pedras e levadas pelo governo árabe para uma mesquita na cidade de Hagl, assim que tomaram conhecimento das descobertas de Ronald Wyatt. Pois Moisés é reconhecido pelos árabes como profeta.
 
Barreira de poços feita por Moisés para delimitar a área sagrada (Êxodo 19.23). O arraial dos hebreus situava-se atrás, da esquerda para a direita cobrindo toda a área entre os montes.
No monte em frente ao pico existem pedras em forma de tábuas (Êxodo 24.12). Notar que há uma árvore crescendo entre as pedras. Logo abaixo destas existe uma caverna (parte escura um pouco abaixo do centro da imagem). Acredita-se ser a mesma na qual Elias se refugiou quando temeu a Jezabel (1 Reis 19.8-9), esposa do rei israelense Acabe.
 
Reportagens do jornal Discovery Times sobre os achados arqueológicos na integra (recortes dos jornais).
As colunas comemorativas no local da travessia, os restos dos carros dos egípcios no fundo do mar, o pico do monte carbonizado e as outras evidências de inestimável valor, tornam a descoberta de Ronald Wyatt incontestáveis.
Fonte:

ARQUEOLOGIA BÍBLICA




Moisés escreveu mesmo o Pentateuco?


Até pouco tempo atrás, afirmava-se que a invenção do alfabeto teria ocorrido pelos séculos 12 ou 11 a.C., sendo esse argumento apresentado para “provar” que Moisés não podia ter escrito o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), visto que em seu tempo não haviam ainda inventado a arte de escrever. No entanto, escavações arqueológicas nas ruínas da cidade de Ur, na antiga Caldeia, têm comprovado que ela era uma metrópole altamente civilizada. Nas escolas de Ur, os meninos aprendiam leitura, escrita, Aritmética e Geografia. Três alfabetos foram descobertos: junto do Sinai, em Biblos e em Ras Shamra, que são bem anteriores ao tempo de Moisés (1500 a.C.).

Estudiosos sustentam que Moisés escolheu a escrita fonética para escrever o Pentateuco. O grande arqueólogo William F. Albright datou essa escrita de início do século 15 a.C. (tempo de Moisés). Interessante é notar que essa escrita foi encontrada no lugar onde Moisés recebeu a incumbência de escrever seus livros (Êx 17:14). Veja o que disse Merryl Unger sobre a escrita do Antigo Testamento: “A coisa importante é que Deus tinha uma língua alfabética simples, pronta para registrar a divina revelação, em vez do difícil e incômodo cuneiforme de Babilônia e Assíria, ou o complexo hieróglifo do Egito.”

Deus sempre sabe mesmo o que faz! Pense bem: se o alfabeto tivesse sido realmente inventado pelos fenícios, cuja existência foi bem posterior à de Moisés, e se as escritas anteriores – hieroglífica e cuneiforme – foram decifradas apenas no século 19, como poderia Moisés ter escrito aqueles livros? Se o tivesse feito, só poderia usar os hieróglifos, escrita na qual a Bíblia diz que Moisés era perito (At 7:22). Nesse caso, o Antigo Testamento teria ficado desconhecido até o século 19, quando o francês Champollion decifrou a antiga escrita egípcia. Acontece que, no princípio do século 20, nos anos 1904 e 1905, escavações na península do Sinai levaram à descoberta de uma escrita muito mais simples que a hieroglífica – e era alfabética! Com essa descoberta, a origem do alfabeto se transportava da época dos fenícios para a dos seus antecessores, séculos antes, os cananitas, que viveram no tempo de Moisés e antes dele.

Portanto, foram esses antepassados dos fenícios que simplificaram a escrita. E passaram a usar o alfabeto em lugar dos hieróglifos, isto é, sinais que representam sons ao invés de sinais que representam ideias. Moisés, vivendo 40 anos na região de Mídia, onde essa escrita era conhecida, viu nela a escrita do futuro, e passou a usá-la por duas grandes razões: (1) a impressão grandiosa que teve de usar uma língua alfabética para seus escritos e que se compunha de apenas 22 sinais bastante simples comparados com os ideográficos que aprendera nas escolas do Egito; e (2) a compreensão de que estava escrevendo para seu próprio povo, cuja origem era semita como a dos habitantes da terra em que estava vivendo, e que não eram versados em hieróglifos por causa de sua condição de escravos.*

(Michelson Borges, jornalista e mestrando em teologia pelo Unasp)

(*) De acordo com Siegfried Schwantes, Ph.D em línguas semíticas pela Johns Hopkins University, o vocabulário da última parte do livro de Gênesis e do livro de Êxodo evidencia a influência da língua egípcia sobre o hebraico. A palavra para “linho fino”, por exemplo (Gn 41:42), é shesh, e curiosamente em egípcio é shash. Outro exemplo é a palavra “selo” (Gn 38:18, 25). Na forma hebraica é hotam, enquanto seu equivalente egípcio é htm. Um último exemplo (para ficar apenas com três) é o vocábulo hebraico taba’at, cujo significado é “anel” ou “sinete”, e parece ser derivado do termo egípcio db’t. “É uma palavra rara e denota familiaridade do autor com o meio egípcio”, escreveu Schwantes em seu livroArqueologia (São Paulo: IAE, 1988), p. 28. Estudos mais amplos nessa área têm sido produzidos por James Hoffmeier, do Trinity Evangelical Divinity School, nos Estados Unidos.

COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NOS.



A questão de quais livros pertencem à Bíblia é chamada questão canônica. A palavra cânon significa régua, vara de medir, regra, e, em relação à Bíblia, refere-se à coleção de livros que passaram pelo teste de autenticidade e autoridade; significa ainda que esses livros são nossa regra de vida. Como foi formada esta coleção?

Os Testes de Canonicidade
Em primeiro lugar é importante lembrarmos que certos livros já eram canônicos antes de qualquer teste lhes ser aplicado. Isto é como dizer que alguns alunos são inteligentes antes mesmo de se lhes ministrar uma prova. Os testes apenas provam aquilo que intrinsecamente já existe. Do mesmo modo, nem a Igreja nem os concílios eclesiásticos jamais concederam canonicidade ou autoridade a qualquer livro; o livro era autêntico ou não no momento em que foi escrito. A Igreja ou seus concílios reconheceram certos livros como Palavra de Deus e, com o passar do tempo, aqueles assim reconhecidos foram colecionados para formar o que hoje chamamos de Bíblia.
Que testes a Igreja aplicou?
1) Havia o teste da autoridade do escritor. Em relação ao A.T., isto significava a autoridade do legislador, ou do profeta, ou do líder em Israel. No caso do N.T., o livro deveria ter sido escrito ou influenciado por uma apóstolo para ser reconhecido. Em outras palavras, deveria ter a assinatura ou aprovação de uma apóstolo. Pedro, por exemplo, apoiou a Marcos, e Paulo a Lucas.
2) Os próprios livros deveriam dar alguma prova intrínseca de seu caráter peculiar, inspirado e autorizado por Deus. Seu conteúdo deveria de demonstrar ao leitor como algo diferente de qualquer outro livro por comunicar a revelação de Deus.
3) O veredicto das igrejas quanto à natureza canônica dos livros era importante. Na verdade, houve uma surpreendente unanimidade entre as primeiras igrejas quanto aos livros que mereciam lugar entre os inspirados. Embora seja fato que alguns livro bíblicos tenha sido recusados ou questionados por alguma minoria, nenhum livro cuja autenticidade foi questionada por uma número grande de igrejas veio a ser aceito posteriormente como parte do cânon.

A Formação do Cânon
O cânon da Escritura estava-se formando, é claro, à medida que cada livro era escrito, e completou-se quando o último livro foi terminado. Quando falamos da “formação” do cânon estamos realmente falando do reconhecimento dos livros canônicos pela Igreja. Esse processo levou algum tempo. Alguns afirmam que todos os livros do A.T. já haviam sido colecionados e reconhecidos por Esdras, no quinto século AC. Referências nos escritos de Flávio Josefo (95 DC) e em 2 Esdras 14 (100 DC) indicam a extensão do cânon do A.T. como os 39 livros que hoje aceitamos. A discussão do chamado Sínodo de Jamnia (70-100 DC) parece ter partido deste cânon. Nosso Senhor delimitou a extensão dos livros canônicos do A.T. quando acusou os escribas de serem culpados da morte de todos os profetas que Deus enviara a Israel, de Abel a Zacarias (Lc 11.51). O relato da morte de Abel está, é claro, em Gênesis; o de Zacarias se acha em 2 Crônicas 24.20,21, que é o último livro na disposição da Bíblia hebraica (em lugar de nosso Malaquias). Para nós, é como se Jesus tivesse dito: “Sua culpa está registrada em toda a Bíblia - de Gênesis a Malaquias”. Ele não incluiu qualquer dos livros apócrifos que já existiam em Seu tempo e que continham relatos das mortes de outros mártires israelitas.
O primeiro concílio eclesiástico a reconhecer todos os 27 livros do N.T. foi o concílio de Cartago, em 397 DC. Alguns livros do N.T., individualmente, já haviam sido reconhecidos como canônicos muito antes disso (2Pe 3.16; 1Tm 5.18) e a maioria deles foi aceita como canônica no século posterior ao dos apóstolos (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas foram debatidos por algum tempo). A seleção do cânon foi um processo que continuou até que cada livro provasse o seu valor, passando pelos testes de canonicidade.
Os doze livros apócrifos do A.T. jamais foram aceitos pelos judeus ou por nosso Senhor no mesmo nível de autoridade dos livros canônicos. Eles eram respeitados, mas não foram considerados como Escritura. A Septuaginta (versão grega do A.T. produzida entre o terceiro e o segundo século AC) incluiu os apócrifos com o A.T. canônico. Jerônimo (c. 340 - 420 DC), ao traduzir a Vulgata, distinguiu entre os livros canônicos e os eclesiásticos (que eram os apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhe uma condição de canonicidade secundária. O Concílio de Trento (1548) reconheceu-os como canônicos, embora os reformadores tenham rejeitado tal decreto. Em algumas versões protestantes dos séculos XVI e XVII, os apócrifos foram colocados à parte.

O Texto de Que Dispomos É Confiável?
Os manuscritos originais do A.T. e suas primeiras cópias foram escritos em pergaminhos ou papiro, desde o tempo de Moisés (c. 1450 AC) até o tempo de Malaquias (400 AC). Até a sensacional descoberta dos Rolos do Mar Morto em 1947, não possuíamos cópias do A.T. anteriores a 895 DC. A razão de isto acontecer era a veneração quase supersticiosa que os judeus tinha pelo texto e que os levava a enterrar as cópias, à medida que ficavam gastas demais para uso regular. Na verdade, os massoretas (tradicionalistas), que acrescentaram os acentos e transcreveram a vocalização entre 600 e 950 DC, padronizando em geral o texto do A.T., engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das cópias que faziam. Verificavam cada cópia cuidadosamente, contanto a letra média de cada página, livro e divisão. Alguém já disse que qualquer coisa numerável era numerada. Quando os Rolos do Mar Morto ou Manuscrito do Mar Morto foram descobertos, trouxeram a lume um texto hebraico datada do segundo século AC de todos os livros do A.T. à exceção de Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois forneceu um instrumento muito mais antigo para verificarmos a exatidão do Texto Massorético, que se provou extremamente exato.
Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a Septuaginta (tradução grega preparada em meados do terceiro século AC), os targuns aramaicos (paráfrases e citações do A.T.), citações em autores cristãos da antiguidade, a tradução latina de Jerônimo (a Vulgata, c. 400 DC), feita diretamente do texto hebraico corrente em sua época. Todas essas fontes nos oferecem dados que asseguram um texto extremamente exato do A.T.
Mais de 5.000 manuscritos do N.T. existem ainda hoje, o que o torna mais bem documentado dos escritos antigos. O contraste é surpreendente.
Além de existirem muitas cópias do N.T., muitas delas pertencem a uma data bem próxima à dos originais. Há aproximadamente setenta e cinco fragmentos de papiro datados de 135 DC até o oitavo século, possuindo partes de 25 dos 27 livros, num total de 40% do texto. As muitas centenas de cópias feitas em pergaminho incluem o grande Códice Sinaítico (quarto século), o Códice Vaticano (também quarto século) e o Códice Alexandrino (quinto século). Além disso, há cerca de 2.000 lecionários (livretos de uso litúrgico que contêm porções das Escrituras), mais de 86.000 citações do N.T. nos escritos dos Pais da Igreja, antigas traduções latinas, siríaca e egípcia, datadas do terceiro século, e a versão latina de Jerônimo. Todos esses dados, mais o trabalho feito pelos estudiosos da paleografia, arqueologia e crítica textual, nos asseguram possuirmos um texto exato e fidedigno no N. Testamento.

Abreviações:

A.T. = Antigo Testamento
N.T. - Novo Testamento

Fonte: “A Bíblia Anotada”